A propósito do lançamento da garrafa Siza e da parceria entre a Associação dos Hotéis de Portugal e a EPAL no âmbito de uma campanha a promover Lisboa como destino sustentável, a APIAM, enquanto representante das empresas de águas minerais naturais e de nascente, todas elas fornecedoras dos hotéis de Lisboa, tomou posição pelo seu Presidente, Nuno Pinto de Magalhães, que expressou estranheza e perplexidade pelas mensagens difundidas pela AHP a afectar, ainda que subliminarmente, a reputação do sector das águas minerais naturais e de nascente portuguesas. Para o Presidente da APIAM, não se trata de questionar a iniciativa de lançar a garrafa Siza, nem a promoção de água da torneira, no pressuposto dessa característica ser devidamente comunicada aos consumidores para em liberdade fazerem a sua escolha. Trata-se de comparar opções de sustentabilidade, assumindo que as águas minerais naturais e as águas de nascente e as águas de torneira são produtos indiferenciados. Neste âmbito a APIAM assinalou que as águas minerais naturais e as águas de nascente se distinguem claramente de outras águas, como as águas de torneira e as águas disponibilizadas através de dispositivos de filtragem, em especial, pelas seguintes razões:
- Não podem legalmente ser objecto de tratamentos químicos;
- Provêm de aquíferos devidamente protegidos, identificados e controlados e são obrigatoriamente engarrafadas no local da nascente;
- Exibem uma pureza original, ou seja, são captadas em sistemas não poluídos na origem e têm uma composição química específica e estável, que é evidenciada no rótulo. Relativamente às questões de sustentabilidade associadas à saúde, ao ambiente e aos aspectos económicos e sociais, a APIAM sublinhou as seguintes preocupações e contributos do sector: - As águas minerais naturais portuguesas são um recurso pertencente ao domínio público do Estado e tanto estas águas como as águas de nascente são tuteladas pela Direcção Geral de Energia e Geologia, estando certificadas como produtos de excelência que representam uma excelente opção de hidratação saudável através da ingestão de águas que são 100% naturais (sem tratamentos químicos), de origem protegida, identificada, o que também poderá ser atestado pelo Laboratório Nacional Doutor Ricardo Jorge e pelo Laboratório do Instituto Superior Técnico, entre outros; - As preocupações ambientais estão no centro da estratégia desta indústria, desde logo porque é uma actividade que depende da protecção ambiental para garantir a valorização e a renovação natural (em quantidade e qualidade) das águas minerais naturais e de nascente mas, também, porque para o sector é essencial assegurar os meios para que os resíduos das embalagens sejam separados, recolhidos e encaminhados para a reciclagem; - A associação e algumas empresas do sector foram fundadoras e estão fortemente empenhadas no sucesso da Sociedade Ponto Verde e no cumprimento de todas as exigentes metas fixadas pela União Europeia; - As empresas do sector oferecem águas minerais naturais e de nascente na opção vidro (incluindo o retornável), que é a situação maioritária no fornecimento a Hotéis, e PET (um material 100% reciclável); - Do ponto de vista da sustentabilidade económica, num período em que o país procura identificar e gerir adequada e sustentadamente os escassos recursos naturais que detém, deve ser evidenciada e valorizada a opção das águas minerais naturais engarrafadas, uma riqueza dos portugueses, caracterizada pela sua excepcional qualidade e diversidade, beneficio para a saúde, com marcas reputadas entre as melhores águas europeias; - O contributo deste sector ao minimizar impactos sociais associados à desertificação de regiões do país uma vez que esta industria conta com 32 oficinas de engarrafamento, localizadas em regiões do interior ou zonas rurais, onde por vezes não há suficientes alternativas ao nível de empregabilidade das populações, oficinas não deslocalizáveis pelo facto do engarrafamento ter de estar situado na proximidade das nascentes.
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