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Outubro 2014
 

A importância da Indústria Agro-Alimentar para o crescimento da economia

Estudo da deloitte no 5º congresso da fipa

 

No 5º Congresso organizado pela FIPA, a Deloitte desafiou a indústria e os presentes com o tema "Ambição 2020 - Na rota do crescimento".

Com base neste tema, a Deloitte sistematizou os principais indicadores da Indústria Agro-Alimentar (IAA), os desafios de competitividade do país, as expectativas dos líderes da indústria, empresários e gestores, assim como elencou um conjunto de princípios orientadores para uma possível Ambição 2020, que de alguma forma possa mobilizar os agentes da IAA, agregando vontades e contribuindo para a convergência da agenda e políticas nacionais do sector. Destaca-se:


1- Contribuição do IAA para o crescimento da Economia

  A IAA continua a ser a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em Volume de Negócios como em Valor Acrescentado Bruto (VAB), com 14.6Mil M€ e 2.6Mil M€ respectivamente, e a segunda que mais emprega em Portugal, superando os 104.000 postos de trabalho. Desde 2006 que a sua taxa média anual de crescimento das exportações (+8,9%) tem sido superior à das importações (+4%), contribuindo assim para um maior equilíbrio na balança comercial, embora esta seja ainda significativamente deficitária.
  Tem igualmente mantido, desde 2009, uma performance acima da média da economia nacional e das restantes indústrias transformadoras.


2- Benchmark de indicadores

  Quando comparada com indústrias congéneres, considerando uma amostra de países referência como a Alemanha, Irlanda, Holanda, Espanha, Holanda, Reino Unido e Itália, a IAA Portuguesa apresenta o volume de negócios, total e per capita, mais reduzido, assim como a estrutura de custos mais pesada, libertando em média a mais baixa margem EBITDA deste grupo de países. A evolução do investimento em produção agrícola por km2 em Portugal tem registado um crescimento positivo, ainda que continue aquém deste conjunto de economias.


3- Enquadramento Competitivo

  Porque a análise de competitividade de qualquer indústria está necessariamente associada ao contexto do país, importa rever a posição de Portugal no Global Competitive Index, promovido pelo World Economic Forum, que é uma das referências utilizadas pelos investidores aquando das suas decisões de gestão. Com uma tendência de queda que se verificava desde 2005, Portugal surpreende este ano no ranking com a 36ª posição entre os 144 países analisados. Sobe assim 15 lugares face à 51ª posição que ocupava no ano 2013. Esta evolução está associada ao recente programa de ajustamento e reformas instituído no país e ao esforço dos empresários e da sociedade em geral.  
  As melhorias verificaram-se em 10 dos 12 macro pilares de competitividade alvo de análise, sendo que temas como o contexto macroeconómico, contexto legal, contexto fiscal, a eficiência do mercado de trabalho e o desenvolvimento do mercado financeiro continuam a merecer uma forte atenção no que toca à decisão estratégica do modelo de desenvolvimento a seguir para o país e consequente programa de transformação económica.


4- Visão da IAA

  Tendo por base um inquérito realizado pela Deloitte aos líderes de uma amostra de empresas da IAA, que no seu conjunto representam aproximadamente 40% do total do volume de negócios da indústria, as expectativas são positivas - cerca de 75% dos inquiridos tem expectativas favoráveis ou muito favoráveis relativamente ao futuro da indústria em Portugal. Na sua totalidade têm como expectativa crescer, sendo que as empresas de origem nacional apostam sobretudo na captação de novos clientes noutros mercados, enquanto as de origem internacional estão mais focadas no mercado doméstico. Tendo como horizonte 2020, duas em cada três empresas, têm como expectativa que mais de 25% do seu volume de negócio seja assegurado no exterior e 15% esperam mesmo que o mercado externo venha a representar mais de 50% da sua facturação.


5- Desafios e prioridades

  Na perspectiva das empresas, entre um total de 21 dimensões, em média, as que são consideradas como mais críticas para o desenvolvimento da IAA portuguesa passam pelo foco no Consumidor, Contexto Fiscal (carga fiscal e previsibilidade), relação com a Grande Distribuição, Inovação e Segurança Alimentar. Para o futuro, os lideres da IAA, destacam a necessidade de reforçar o esforço e investimento na evolução do Contexto Fiscal (carga fiscal e previsibilidade), apoio à Exportação e Internacionalização, Estabilidade nas Politicas Definidas pelo(s) governo(s) do país, Foco no Consumidor e Contexto Legal (funcionamento e previsibilidade).
  Já a nível de prioridades e potencial de melhoria das empresas individualmente, em média, surgem no topo do ranking os temas como reforço da Marca e Posicionamento da empresa, Eficiência da cadeia de abastecimento, Desenvolvimento e Capacitação dos Recursos Humanos e Inovação.


6. Perspectivas da Deloitte

  Considerando todo este contexto, para a Deloitte, as expectativas futuras para a IAA são positivas mas são vários os desafios que enfrenta no momento, assim como as iniciativas que devem ser levadas a cabo.
Segundo Nuno Netto, Associate Partner da Deloitte: “Como um dos CEOs entrevistados afirmou, não faz sentido Portugal ter uma balança comercial deficitária na IAA. Na verdade, assumindo que mantemos a média de crescimento das importações (+4%) e melhoramos ligeiramente a das exportações (+9,4% face ao histórico de +8,9%), será possível que em 2020, a IAA seja exportadora líquida, com um total de volume de negócios assegurados no exterior de aproximadamente 8 Mil Milhões de Euros. Isto claro, sem descurar a importância do mercado doméstico. Este pode ser um desígnio mobilizador e que contribua para a total convergência de todos os envolvidos – empresários, gestores, organismos governamentais e FIPA”.


7 – Ideias chave para a Ambição 2020, na Rota do Crescimento

  No sentido de responder às expectativas dos líderes da indústria e à Ambição 2020, num registo de posicionar a IAA portuguesa como uma indústria cada vez mais competitiva, inovadora com uma estratégia de crescimento sólida e sustentada, é sugerido um possível conjunto de iniciativas de melhoria agrupada em 5 princípios orientadores, nomeadamente: Estratégia de exportação para a internacionalização; Inovação e diferenciação do portfólio de marcas nacionais; Capacitação interna das empresas; Fomento do efeito de fileira e Estratégia de Go-to-market.



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