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COMUNICADO DE IMPRENSA - INVESTIGADOR ITALIANO AFASTA RELAÇÃO ENTRE O GÁS DAS BEBIDAS LEVES E A OBESIDADE
03/04/2008
Rosário Cuomo, professor de Gastrenterologia da Universidade Frederico II, em Nápoles, Itália, estudou, através da técnica da ressonância magnética, os efeitos das bebidas carbonatadas no sistema gastrointestinal e concluiu que o consumo destas bebidas não só não está associado ao aumento de peso, como também não origina um aumento prolongado do volume do estômago. O professor verificou que o volume gástrico só aumenta no período imediatamente a seguir à ingestão da bebida, retomando, em seguida, o seu volume normal. O estudo foi apresentado no 25º Encontro Nacional de Clínica Geral que decorreu entre os dias 5 a 7 de Março em Vilamoura, Algarve.

Para levar a cabo o seu estudo, a equipa do professor Rosario Cuomo pediu a dez voluntários que ingerissem 300 ml de uma bebida leve com e sem gás e em seguida que ingerissem uma refeição sólida, até se sentirem saciados. Em simultâneo foi realizada a medição do volume gástrico, por meio de ressonância magnética.

No estudo foram analisados quatro momentos: antes da ingestão de alimentos e bebidas (estômago vazio), depois da ingestão de bebidas, no máximo de saciedade (atingida após a refeição) e 120 minutos depois da ingestão das bebidas e da refeição. Os resultados demonstraram que o volume gástrico só é significativamente diferente imediatamente a seguir ao consumo das bebidas, momento em que o volume é maior no caso das bebidas com gás. Nos dois períodos seguintes o volume gástrico medido já é igual para todos os tipos de bebidas, com e sem gás. Ficou também demonstrado que é no momento da máxima saciedade que o volume gástrico atinge o seu máximo, seja a refeição acompanhada de uma bebida com gás, sem gás, ou mesmo por água.

Outro investigador norte-americano também afasta relação gás-obesidade
Também o professor de gastrenterologia norte-americano, Ronnie Fass – professor na Universidade do Arizona – estudou os efeitos das bebidas leves com gás no organismo, tendo concluído que estas bebidas contribuem para o esvaziamento gástrico e para o alívio dos sintomas de indisposição. O professor Ronnie Fass demonstrou também em Lisboa que não há qualquer relação entre o gás das bebidas e a obesidade. De acordo com a sua explicação o gás não tem valor energético, não podendo, assim, ser responsável pelo excesso de calorias.

Bebidas com gás: uma história milenar
As bebidas carbonatadas existem há milhares de anos e sempre com um grande grau de popularidade. Desde a antiguidade que se acredita nas suas propriedades medicinais, inclusive na Roma antiga foram estabelecidas muitas estâncias termais, tendo por principal atractivo as águas minerais carbonatadas. Em 1600, a água carbonatada originária de Spa, na Bélgica, foi pela primeira vez engarrafada e vendida nos grandes centros populacionais de então.
O primeiro desenvolvimento das águas carbonatadas por métodos artificiais foi promovido por Joseph Priestly em 1772, ao inventar um método de injectar dióxido de carbono na água, dissolvendo esse dióxido de carbono sob pressão.
Desde então e até aos nossos dias as bebidas leves com gás popularizaram-se, sendo consumidas em todo o mundo e muito procuradas pelos seus efeitos favoráveis para a saúde.

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